Casal brasileiro abandona imóvel e percorre 18 países em motorhome rumo ao Alasca

Bruna Lucchiari de Queiroz e Maico Henrique Silveira iniciaram em 2021 uma jornada de motorhome pelos Estados Unidos rumo ao Alasca, após deixarem o apartamento em São Paulo. O casal brasileiro, junto com sua cadela Kika, cruzou 18 países vivendo dentro de um veículo completamente adaptado, preparado por uma empresa especializada de Minas Gerais.

A mudança de estilo de vida foi resultado de dois anos de planejamento intenso e de uma necessidade crescente de viver com liberdade. Durante a pandemia, o casal percebeu que adiar o sonho poderia significar nunca realizá-lo. “Percebemos que o melhor momento para mudar poderia nunca chegar. O medo de não viver plenamente passou a ser maior que o medo da mudança”, conta Bruna.

A dupla reduziu despesas, vendeu carros e móveis, e passou a adotar um estilo minimalista. “Foi como abrir espaço para o novo. Quando começamos a estrada, o mais difícil não foi o espaço físico, mas aceitar a imprevisibilidade”, lembra Maico.

Planos, desafios e experiências do casal brasileiro que abandonou imóvel para viver em motorhome, rumo ao Alasca

Na estrada, Bruna e Maico enfrentaram furacões, alertas de tsunami, atolamentos e até uma abordagem de cartel no México. Apesar dos riscos, cada parada trouxe descobertas surpreendentes. “A Patagônia e o Alasca ganharam nosso coração pela beleza natural, mas países como a Nicarágua nos encantaram pela hospitalidade, contrariando a imagem que tínhamos”, explica Bruna.

O motorhome foi desenvolvido pela Up! Motorhome com base em um furgão Mercedes-Benz Sprinter. O projeto oferece conforto, autonomia e isolamento térmico, pensado para suportar longas jornadas e condições extremas.

A rotina no veículo reúne disciplina e liberdade. Café da manhã, exercícios e preparo das refeições seguem uma ordem constante, mas o ritmo depende das atrações de cada destino. “Hoje o que compramos é tempo e qualidade de vida”, resume Maico.

Reflexões e novas perspectivas

Ao longo da viagem, o casal aprendeu a resolver pequenos problemas mecânicos e passou a questionar conceitos ligados ao sucesso. “Vimos muitas definições de felicidade na estrada, e poucas delas estavam ligadas a bens ou status”, afirma Bruna.

Para a Up! Motorhome, cada projeto precisa considerar o uso real do cliente. “Cada cliente tem um objetivo diferente: alguns querem viajar por curtos períodos, outros querem viver integralmente sobre rodas”.

“Embora haja possibilidade de ajustes pontuais, como escolha de cores, estilos ou pequenas adaptações no layout, o conceito da Up! Motorhome é um projeto-base sólido e funcional, fruto de muito estudo técnico e experiência, pensado para atender bem à maioria dos viajantes. Essa abordagem transmite segurança e confiança, mostrando que cada solução é planejada para garantir desempenho, conforto e autonomia em qualquer cenário”, explica Ana Sartori.

Quando a expedição terminar, Bruna e Maico pretendem continuar vivendo na estrada, mas em ritmo mais lento. “Queremos viver temporadas, ficar meses em um mesmo lugar, conhecendo a fundo cada região”, dizem.

Dicas para quem quer seguir o mesmo caminho do casal brasileiro que vive viajando com Motorhome

Antes de assumir definitivamente a nova rotina, o casal experimentou a vida sobre rodas com um motorhome alugado. “É uma vida cheia de vantagens, mas que exige abrir mão de certos confortos”, reforça Maico.

A viagem só foi possível após dois anos de economia planejada. Parte da renda atual vem do canal no YouTube “Aparando as Raízes”, além da utilização de internet via satélite, que permite manter atividades profissionais mesmo em locais remotos.

Segundo Bruna, o custo de vida é menor que no modelo tradicional. “Não pagamos aluguel, água ou energia. Gastamos basicamente com combustível e alimentação, e podemos reduzir custos rodando menos”, afirma.

A escolha do veículo foi um fator decisivo para o êxito da jornada. “Ter um veículo que realmente funciona como casa fez toda a diferença. Isso nos deu segurança e conforto para enfrentar dias de estrada e semanas em locais isolados”, diz Maico.

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