Brasil registra mais de 140 mil mortes por doenças cardiovasculares em apenas cinco meses de 2025
As doenças cardiovasculares continuam liderando o ranking das principais causas de morte no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 1,1 mil pessoas morrem todos os dias em decorrência dessas enfermidades, o que representa 46 mortes por hora, sendo 1 morte a cada 90 segundos. O cenário é monitorado em tempo real por uma ferramenta chamada “Cardiômetro”, que já aponta mais de 140 mil óbitos registrados de janeiro a maio de 2025. A projeção para o fim do ano é alarmante: quase 400 mil brasileiros devem morrer por causas ligadas ao coração.
A realidade brasileira segue o mesmo padrão observado em diversos países. Apesar dos avanços médicos e do acesso a tratamentos, o número de mortes segue aumentando, evidenciando o peso dessas doenças na saúde pública. Entre os tipos mais graves, o infarto agudo do miocárdio chama a atenção por sua letalidade e pela rapidez com que pode tirar vidas.
A dor provocada por um infarto é frequentemente descrita como um aperto ou queimação no peito, podendo irradiar para o pescoço e braços. Em muitos casos, surgem sintomas como suor frio, náuseas, vômitos, falta de ar ou até desmaios. Esses sinais são um alerta que não deve ser ignorado.
O cardiologista Tannas Jatene, chefe de hemodinâmica do Hospital Israelita Albert Einstein Goiânia, explica que a doença coronariana pode agir de forma inesperada. “Em até um terço dos casos ocorre a morte súbita, ou seja, o paciente pode estar dormindo e morrer. Apesar dos avanços na medicina, ainda não entendemos completamente por que alguns pacientes conseguem receber atendimento e outros não têm essa oportunidade”, afirma o especialista.
Entre os principais fatores de risco para infarto estão: idade avançada, tabagismo, hipertensão, diabetes, colesterol elevado, obesidade, sedentarismo e estresse. Situações de esforço físico intenso, alimentação exagerada, uso de drogas ou cigarro também podem desencadear o quadro. “À medida que a gente vai envelhecendo, a chance aumenta. Mas o infarto também pode ser precipitado por uma atividade física rigorosa, uma ingestão alimentar exagerada, o uso excessivo de cigarro e o consumo de drogas”, alerta Jatene.
Diante desses fatores, a prevenção se torna essencial. Manter hábitos saudáveis, controlar doenças crônicas e ficar atento aos sinais do corpo podem evitar tragédias.
No pronto atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein Goiânia, o protocolo para dor torácica é executado com agilidade. Quando o paciente chega com sintomas de infarto, um eletrocardiograma é feito em até 10 minutos. O exame identifica se trata-se de infarto com ou sem supra.
O infarto com supra ocorre quando a artéria está totalmente obstruída, enquanto o tipo sem supra apresenta uma obstrução parcial, de até 95%, permitindo algum fluxo de sangue. Nos casos mais graves, o paciente é levado diretamente para o setor de hemodinâmica, onde realiza-se um cateterismo cardíaco de urgência.
“Fazemos uma punção na artéria, sem necessidade de cortes ou anestesia geral. O exame é seguro e, ao confirmar a obstrução total, realizamos a angioplastia de forma imediata. Nesse procedimento, inserimos um stent — uma malha metálica que mantém a artéria aberta —, restabelecendo o fluxo sanguíneo ao coração”, detalha o cardiologista do Einstein Goiânia.
O tempo de atendimento é crucial. De acordo com Jatene, a cada 30 minutos de atraso, o risco de morte aumenta em 7%. Se o procedimento for iniciado após 90 minutos, a mortalidade pode ultrapassar 20%. “Quanto mais tempo perdido, maior a destruição do músculo cardíaco, o que eleva o risco de morte ou de sequelas graves, como a insuficiência cardíaca”, alerta.
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Apreciador de boas histórias, filmes e games. Repórter no portal Gazeta Culturismo.
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