Cresce no Brasil o número de pessoas que viajam sozinhas em busca de autonomia, autoconhecimento e novas conexões
A viagem solo deixou de ser vista como aventura arriscada e hoje é tendência entre brasileiros, principalmente os Millennials e Geração Z. Segundo dados da 6ª edição da Revista Tendências do Turismo, publicada este ano pelo Ministério do Turismo em parceria com a Embratur, o número de viajantes solo cresceu de forma expressiva nos últimos anos. De acordo com a revista, 69% dos jovens possuem esse desejo, impulsionado pela busca por liberdade, flexibilidade e experiências ainda mais personalizadas.
“Para quem passa por um período de estresse ou trauma – seja o fim de um relacionamento, excesso de trabalho ou conclusão de um curso -, viajar sozinho pode ser bastante terapêutico, pois isso tudo gera um desgaste físico, emocional e mental e esta é uma excelente forma de reconectar-se consigo mesmo, iniciar um novo ciclo e renovar as energias”, afirma a psicóloga Fabiana Antonelli ao iG Turismo.
Com o aumento da demanda, agências e plataformas de hospedagem passaram a oferecer pacotes e estruturas específicas para esse público. De mochileiros explorando destinos no Brasil a viajantes que optam por roteiros internacionais, a viagem solo se tornou uma oportunidade para autoconhecimento e independência.
A Revista Tendências do Turismo 2025 ainda revela que, 63% dos viajantes afirmam que preferem explorar locais menos populares e mais tranquilos. “Destinos emergentes têm experimentado crescimentos rápidos e países alheios aos fluxos turísticos tradicionais estão se beneficiando desta tendência. O interesse por viagens longas e remotas também está em alta”, diz a revista.
Entre as opções nacionais mais indicadas estão Curitiba (PR), considerada pela Lonely Planet um dos 30 destinos incríveis para 2025, Chapada dos Veadeiros (GO), com trilhas e cachoeiras que atraem aventureiros, Ouro Preto (MG), pela imersão cultural e histórica, e Florianópolis (SC), famosa por suas praias e vida noturna acolhedora. No exterior, cidades como Lisboa, Buenos Aires e Barcelona lideram as buscas, oferecendo boa infraestrutura, transporte eficiente e ampla oferta cultural.
Especialistas indicam que, para a primeira experiência, é recomendável escolher locais com boa mobilidade urbana, baixo índice de criminalidade e oferta variada de passeios em grupo, o que favorece novas amizades e garante maior segurança.
Embora seja uma experiência enriquecedora, viajar sozinho exige planejamento extra quando o assunto é segurança. Evitar ostentar objetos de valor, compartilhar localização com familiares e manter cópias digitais de documentos são cuidados básicos.
É necessário atenção redobrada ao contratar passeios ou utilizar transportes locais. O uso de aplicativos de transporte populares, reservas confirmadas antecipadamente e hospedagens bem avaliadas em plataformas conhecidas reduzem riscos e proporcionam mais tranquilidade.
Hostels continuam sendo a escolha favorita de quem busca interação e preços acessíveis. Muitos oferecem dormitórios compartilhados, áreas de convivência e até eventos temáticos. Já hotéis e pousadas menores atraem quem prefere mais privacidade, sem abrir mão de um atendimento personalizado.
Outra tendência é o coliving, que une hospedagem e ambiente de trabalho, permitindo que o viajante mantenha sua rotina profissional enquanto explora novos lugares. Essa modalidade tem crescido especialmente entre nômades digitais.
O segredo de uma boa experiência solo está no equilíbrio entre planejamento e espontaneidade. Ter um roteiro básico, mas espaço para descobertas, transforma a viagem em algo mais rico e memorável.
“Pesquise e planeje os mínimos detalhes. Preço, transporte, horários, paradas, clima, roteiro, estadia, cultura local… Se pretende viajar para o exterior e não fala a língua do lugar, aprenda as expressões idiomáticas mais importantes, pense nos imprevistos e se programe para o que fazer se algo fora do planejado acontecer”, finaliza a psicóloga.
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Apaixonada por jornalismo musical, ambiental e político, tem interesse por diferentes culturas e idiomas. Além da redação, é também fascinada por fotografia e pelo universo do entretenimento da Coreia do Sul. Com pautas focadas no mundo da arte, do entretenimento e da cultura pop asiática, busca trazer leveza ao caos do dia a dia, além de promover o acesso à informação e gerar oportunidades para todos.
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